Hamas liberta últimos 20 reféns israelenses após 738 dias

Publicado em out 13

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Hamas liberta últimos 20 reféns israelenses após 738 dias

Quando Hamas libertou nesta segunda‑feira, 13 de outubro de 2025, os últimos reféns israelenses vivos, o país inteiro respirou aliviado após 738 dias de tensão. A liberação aconteceu no quarto dia de vigência do acordo de cessar‑fogo mediado pelos Estados Unidos, e foi celebrada na Praça dos Reféns em Tel Aviv, onde multidões levantaram cartazes e choraram de emoção.

Contexto do conflito e do acordo de cessar‑fogo

O ataque de 7 de outubro de 2023, que marcou o início da guerra em Gaza, deixou 251 israelenses sequestrados. Na época, Hamas capturou cerca de 48 desses reféns; o restante foi libertado em trocas menores ao longo dos anos. A ofensiva israelense, lançada em retaliação, causou, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, ao menos 67.806 mortes em Gaza.

Depois de duas rodadas de negociações intensas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o cessar‑fogo que entrou em vigor em 10 de outubro de 2025. O discurso de Trump ao Knesset foi carregado de otimismo: "Os céus estão calmos, as armas estão silenciosas…".

Detalhes da libertação dos 20 reféns

A operação começou antes das 10h00 locais (4h00 de Brasília). Primeiro, sete reféns foram entregues à Cruz Vermelha, que os conduziu até as Forças de Defesa de Israel (FDI). Pouco depois, um segundo grupo de treze foi recebido da mesma forma.

Entre os libertados, destacam‑se histórias que ganharam voz nas redes. Matan Angrest, 22 anos, era soldado de infantaria. Ele foi cercado enquanto conduzia um tanque perto da faixa de Gaza e acabou capturado ao tentar impedir a infiltração. Os três companheiros de tanque morreram no mesmo dia.

Os gêmeos Gali e Ziv Berman, 28 anos, foram levados de seu kibutz, Kfar Aza, que foi incendiado nas primeiras horas do ataque. Eles trabalhavam juntos no setor de produção musical e, curiosamente, também possuíam cidadania alemã.

Elkana Bohbot, 36, produtor do Nova Music Festival, ficou conhecido por um vídeo em que aparece algemado e com o rosto ferido. Bohbot, casado com a colombiana Rebecca González, recebeu a nacionalidade colombiana por indicação do presidente Gustavo Petro em novembro de 2023.

  • Idade média dos libertados: 33 anos.
  • Todos os 20 eram homens; nenhum tinha ferimentos graves ao chegar em Tel Aviv.
  • O transporte foi feito em veículos blindados da FDI, escoltados por helicópteros.
  • As famílias foram reunidas nas áreas designadas da Praça dos Reféns sob forte monitoramento de segurança.

Reações em Tel Aviv e nas lideranças

O Ministério das Relações Exteriores de Israel publicou nas redes sociais X: "Esperamos 738 dias para dizer isso: bem‑vindos à casa". O tom era de alívio, mas também de lembrança dolorosa.

Milhares de telavivitas, ainda com as máscaras de proteção, aplaudiram, abraçaram e choraram ao ver os soldados da FDI entregarem os reféns. Uma mãe, que pediu anonimato, disse: "É como se o peso que carregamos desde 2023 finalmente tivesse sido solto".

Do lado palestino, um porta‑voz do Hamas informou que também foram devolvidos palestinos libertados das prisões israelenses, num gesto de boa‑fé que, segundo eles, ainda não foi reconhecido internacionalmente.

Análise de especialistas e obstáculos futuros

Especialistas em direito internacional alertam que, apesar da libertação dos últimos 20 reféns vivos, ainda faltam os restos mortais de 24 dos 28 que morreram em cativeiro. O Fórum de Parentes de Reféns Mortos denunciou: "Estamos chocados e consternados. Isso fazia parte do acordo".

O professor Eitan Shamir, da Universidade Hebraica de Jerusalém, destaca que a confiança entre as partes está extremamente abalada. "Um cessar‑fogo é só o primeiro degrau; a reconciliação exige respostas claras sobre os desaparecidos e garantias de segurança", argumenta.

Por outro lado, analistas dos Estados‑Unidos veem na ação de Trump um “ponto de inflexão”. A cúpula que ocorrerá no Egito, nos próximos dias, tem como objetivo transformar o cessar‑fogo em um acordo de longo prazo que inclua reconstrução e garantias de acesso humanitário.

Próximos passos e implicações regionais

O que vem a seguir? Primeiro, a entrega dos corpos restantes ao Ministério das Relações Exteriores de Israel, que ainda não tem data definida. Segundo, a discussão sobre um plano de reconstrução de Gaza que inclua monitoramento internacional para evitar novas violações.

Enquanto isso, a população de Tel Aviv respira um pouco mais fácil, mas ainda há medo de que a trégua seja apenas temporária. Há quem acredite que a “nova era” anunciada por Trump possa abrir espaço para negociações mais amplas envolvendo a Autoridade Palestina, o Hezbollah e até mesmo o Irã.

Em síntese, a libertação dos 20 reféns representa um marco simbólico do cessar‑fogo, mas o caminho para a paz duradoura ainda está cheio de pedras.

Perguntas Frequentes

Quantos reféns ainda permanecem em cativeiro?

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores de Israel, não há mais reféns israelenses vivos em Gaza; porém, ainda faltam os restos mortais de 24 dos 28 que morreram em cativeiro.

Qual foi o papel da Cruz Vermelha na operação?

A Cruz Vermelha coordenou o transporte seguro dos 20 libertados desde Gaza até as Forças de Defesa de Israel, garantindo assistência médica básica e acompanhamento psicológico.

O que o presidente Donald Trump prometeu após o cessar‑fogo?

Trump descreveu o momento como um "amanhecer histórico de um novo Oriente Médio" e anunciou que a cúpula no Egito buscaria um acordo de paz duradouro, incluindo a reconstrução de Gaza.

Quais são os principais obstáculos para uma paz permanente?

Especialistas apontam a falta de acordo sobre os corpos dos desaparecidos, a segurança nas fronteiras, a reconstrução de infraestrutura em Gaza e as divergências entre Israel, Hamas e atores regionais como o Irã.

Como as famílias dos reféns reagiram à libertação?

Mães, pais e irmãos choraram de alívio ao reencontrar os entes queridos na Praça dos Reféns; muitos relataram que a espera de quase dois anos deixou marcas psicológicas profundas.

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1 Comments

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    Marcela Sonim

    outubro 13, 2025 AT 22:51

    É impressionante como a imprensa ainda se perde em detalhes superficiais quando o que realmente importa são as lições espirituais que surgem desse alívio nacional. Cada libertação de refém revela um padrão de negociações que, se analisado com atenção, demonstra que a verdadeira força está na paciência e na fé coletiva 🙏. Os 738 dias de espera não foram apenas um teste de resistência física, mas um exercício de meditação coletiva, onde cada família manteve viva a chama da esperança. O cessar‑fogo mediado pelos EUA funciona como um mantra que, se repetido corretamente, pode transformar o caos em ordem. No entanto, muitos ainda ignoram que a libertação parcial dos reféns serve como um símbolo de que a humanidade ainda tem capacidade de compaixão, algo que falta em tantos discursos políticos. É preciso lembrar que o Hamas, ao devolver os prisioneiros, também nos oferece um convite à reconciliação, ainda que tímido 🚀. O papel da Cruz Vermelha foi, sem dúvida, exemplar, e merece ser citado como exemplo de cooperação transcultural. Além disso, a presença de helicópteros de escolta mostra que a tecnologia pode ser usada para proteger, não apenas para destruir. O fato de que todos os 20 eram homens aponta para questões de gênero que ainda não foram debatidas, mas que merecem atenção. As famílias, ao se reunirem na Praça dos Reféns, criaram um espaço sagrado onde o luto e a alegria coexistem, como se fosse um ritual de passagem. É crucial que os governos mantenham esse respeito pelos rituais de memória, pois o esquecimento é o primeiro passo para a repetição dos erros. As negociações que se aproximam no Egito devem ser conduzidas com a mesma serenidade que um monge mantém durante a oração. Não podemos permitir que a política de curto prazo destrua o legado de paz que está sendo cuidadosamente construído. A reconstrução de Gaza, ainda que seja um desafio logístico, pode ser vista como uma oportunidade de renascer das cinzas, se houver vontade real de mudar. Os analistas americanos podem chamar isso de “ponto de inflexão”, mas nós, como cidadãos conscientes, devemos ver além das manchetes e reconhecer o seu significado profundo. Em suma, cada passo dado nesse processo, por menor que pareça, contribui para a construção de um futuro onde a confiança, embora abalada, pode ser gradualmente restaurada. Portanto, celebremos não apenas a libertação física dos reféns, mas também o despertar espiritual que essa vitória simboliza 😊.

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