Hell is Us: demo chega ao PS5, Xbox e PC e reforça aposta em exploração sem bússola

Publicado em set 2

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Hell is Us: demo chega ao PS5, Xbox e PC e reforça aposta em exploração sem bússola

Jogo novo que confia no jogador é raro. E é essa a carta na manga de Hell is Us, ação-aventura sobrenatural em terceira pessoa do estúdio Rogue Factor (publicado pela Nacon) que acaba de ganhar uma segunda demo, agora em todas as grandes plataformas. O teste foi lançado em 12 de agosto de 2025 no PS5, Xbox Series X|S, Steam e Epic Games Store, e fica no ar até 28 de agosto. É uma janela de 17 dias para sentir o tom do projeto antes do lançamento em 4 de setembro.

A demo começa no zero da campanha e segue os passos de Rémi, um agente de paz da ONU que abandona o posto e volta à sua terra natal, Hadea, para procurar os pais desaparecidos. O que ele encontra é um país isolado, ferido por conflitos internos e tomado por criaturas chamadas Hollow Walkers. A jornada é acompanhada por um drone, mas o foco está no corpo a corpo: espadas, alabardas e machados. Nada de setinhas brilhantes te puxando pela mão. Aqui, o mapa é o mundo e a pista está nas conversas.

O que a demo oferece

O arquivo pesa cerca de 12 GB — algo em torno de metade do jogo final — e cobre o início da narrativa com tempo suficiente para testar combate, exploração, leitura de cenário e a dinâmica de coletar informação via NPCs. Se você vem de RPGs com centenas de marcadores, prepare-se para desacelerar. O jogo quer que você pare e ouça. Falou com alguém? Presta atenção. Perdeu um nome de lugar? Volta e conversa de novo.

  • Período: disponível de 12 a 28 de agosto de 2025.
  • Plataformas: PS5, Xbox Series X|S, Steam e Epic Games Store.
  • Tamanho: aproximadamente 12 GB.
  • Desempenho: no PC, 4K a 60 FPS; nos consoles, alvo de 60 FPS.
  • Lançamento: 4 de setembro de 2025 no PS5, Xbox Series X|S e PC.
  • Acesso antecipado: 1º de setembro para quem reservar a Deluxe Edition.

O estúdio fala abertamente em “souls-like” como filosofia: você aprende na marra, lendo o ambiente e testando limites. O combate tem leitura de alcance, tempo de golpe e punição para excesso de confiança. Não é um jogo de spam de botão. O drone ajuda a observar a área, iluminar detalhes e reconhecer pontos de interesse, mas não substitui sua atenção. O que guia é a curiosidade.

Para quem testou a primeira demo, exclusiva do Steam em junho, a novidade é o salto técnico: no PC, o build atual roda a 4K/60 FPS e chega mais polido, com resposta mais estável no input e melhor clareza visual em combate. Nos consoles, o alvo também é 60 FPS, algo essencial quando a precisão do golpe decide se você sobrevive a um encontro ou volta ao checkpoint.

Hadea é o tipo de cenário que conta história sem explodir em cutscenes. Placas quebradas, postos abandonados, áreas isoladas por barricadas improvisadas e rituais interrompidos — tudo aponta para um país que entrou em colapso e abriu espaço para o sobrenatural. Os Hollow Walkers não são só “monstros”; são um mistério mecânico e narrativo. O jogo não te dá um bestiário com fraqueza elementar destacada. Você observa como se movem, quando recuam, onde ficam vulneráveis, e aprende o resto na prática.

Exploração sem mãozinha: como jogar

Sem marcadores de missão, cada conversa vira ferramenta de navegação. Um habitante menciona um celeiro ao norte? Procure um caminho de terra batida, ouça o vento, observe a posição do sol, siga o som de sinos. Se alguém cita um santuário atrás de um rio, não espere um ícone piscando no HUD. Cruza a ponte, roda a margem, busca sinais no terreno. É o tipo de design que recompensa anotações, memória espacial e paciência.

Funciona? Funciona quando o mundo faz sentido. E aqui ele faz. Intersecções têm marcos visuais fortes, os pontos altos revelam rotas, e as conversas trazem termos geográficos que casam com o que você enxerga. O resultado é uma sensação rara: quando você encontra o destino, sente que chegou lá porque prestou atenção, não porque seguiu um GPS invisível.

No combate, a demo incentiva testes entre armas. Espadas são versáteis, alabardas abrem distância e machados punem com impacto. Alternar a ferramenta certa para o inimigo certo muda o ritmo do encontro. A cadência lembra os jogos que valorizam movimento limpo: um passo para trás vale mais que uma esquiva desperdiçada, e um golpe bem encaixado desmonta o adversário melhor do que três ataques ansiosos.

Rémi não é um super-herói. Ele é treinado, sim, mas enfrentando algo que não entende. A ficção trabalha essa vulnerabilidade: um homem com passado pouco claro, uma terra que o reconhece e rejeita ao mesmo tempo, e um evento misterioso que abriu rachaduras no real. O drone, ao lado, parece quase um companheiro inexpressivo, mas faz o contraponto tecnológico numa história de ruínas e ritos.

Para quem curte experimentar antes de comprar, o recorte da demo é direto e sem floreio. Você tem o início da história, explora uma área inicial, encara encontros que exigem leitura e sai com uma ideia sólida do tom do jogo. Não há tutoriais grudentos, não há setas insistentes. O jogo confia em você. E isso, por si só, já diferencia o pacote.

Algumas dicas práticas valem o teste: fale com todo mundo, e mais de uma vez. Se um diálogo abrir uma pista meio vaga, anote uma palavra-chave. Use pontos altos para varrer a região, e teste armas em inimigos diferentes até entender as janelas de ataque. Se o encontro ficar hostil demais, recuar não é vergonha — é tática. O jogo parece ter sido construído para esse vaivém.

Em termos de acesso, a Nacon manteve o caminho tradicional do marketing: demo multiplataforma agora, lançamento em setembro e bônus de três dias de acesso antecipado para quem entrar na Deluxe Edition a partir de 1º de setembro. É uma cadência que conversa com o público que gosta de planejar o que joga no mês — e que aprecia ver progresso no polimento entre builds públicas.

Rogue Factor e Nacon apostam num tipo de experiência que anda em falta: mapa enxuto, exploração guiada por curiosidade e combate que pede cabeça fria. A demo de agosto funciona como um recado bem claro de design. Se essa proposta te chama, esses 12 GB valem o download. Se você prefere rota marcada e checklist infinito, é bom saber no que está se metendo.

Para fechar o serviço, aqui vai um resumo rápido: janelinha de 17 dias para testar, desempenho caprichado no PC e alvo de 60 FPS nos consoles, início da história com Rémi em Hadea, Hollow Walkers como ameaça central, sem bússola e sem mãozinha. Lançamento bate na porta em 4 de setembro. Quem quer chegar antes, a Deluxe abre caminho em 1º de setembro. O resto, como o próprio jogo sugere, você descobre jogando.

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