IBGE recebe autorização para contratar 9.580 profissionais temporários

Publicado em out 6

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IBGE recebe autorização para contratar 9.580 profissionais temporários

Quando Esther Dweck, ministra do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), assinou, ao lado de Simone Tebet, ministra do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), a Portaria Conjunta nº 58/2025 nesta terça‑feira, 12 de agosto de 2025, o IBGE ganhou luz verde para engajar até 9.580 profissionais em contratos temporários. A medida – descrita como de “excepcional interesse público” – visa reforçar as pesquisas estatísticas que o instituto conduz em todo o território nacional, e tem potencial de movimentar o mercado de trabalho em 530 municípios, com salários iniciais que podem chegar a R$ 4.000.

Contexto e histórico recente

O IBGE, que há décadas consolida a base de dados demográficos e econômicos do Brasil, já havia realizado grande concurso temporário em 2023, quando 8.141 vagas foram abertas. Na sequência, em 2024, foram ofertados 895 cargos pelo Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). Assim, a atual portaria representa a maior contratação temporária do órgão até hoje, sinalizando que o governo pretende ampliar significativamente a capacidade de coleta de informação, sobretudo em áreas ainda pouco cobertas por pesquisas presenciais.

Detalhes da portaria e distribuição das vagas

A Portaria Conjunta nº 58/2025 autoriza duas categorias de cargos:

  • Agente de Pesquisas e Mapeamento: 8.480 vagas destinadas à coleta de dados em campo, desde entrevistas domiciliares até levantamentos de mapeamento geográfico.
  • Supervisor de Coleta e Qualidade: 1.100 vagas focadas no acompanhamento e controle da qualidade das informações produzidas pelos agentes.

Ambos os cargos exigem, no mínimo, nível médio completo e serão distribuídos de maneira equilibrada entre as regiões, garantindo presença em estados do Norte, Nordeste, Centro‑Oeste, Sudeste e Sul. O edital, que ainda não foi publicado, deve ser lançado em até seis meses – ou seja, antes de fevereiro de 2026 – conforme o prazo legal estabelecido pela portaria.

Processo seletivo e papel da FGV

A organização responsável pela seleção será a Fundação Getúlio Vargas (FGV), reconhecida pela experiência em concursos de amplo alcance. A FGV conduzirá todas as etapas, desde a divulgação até a correção das provas, garantindo transparência e padronização. Fontes do setor afirmam que o processo será simplificado, mas ainda exigirá aprovação em testes de raciocínio lógico, conhecimentos gerais e, para os supervisores, avaliações de experiência prévia em gerenciamento de equipes de campo.

Impactos para o mercado de trabalho e para a pesquisa estatística

Impactos para o mercado de trabalho e para a pesquisa estatística

Para os candidatos, a oportunidade tem duas faces: estabilidade imediata – ainda que por prazo determinado – e a possibilidade de adquirir experiência valiosa para futuros concursos permanentes. Especialistas em recursos humanos observam que a concorrência tende a ser menor em seleções temporárias, já que o perfil exigido costuma ser mais técnico e menos acadêmico.

Para o IBGE, a ampliação do quadro de agentes significa maior rapidez na coleta de informações, algo crucial nos próximos censos e nas pesquisas de custo de vida que alimentam políticas públicas federais. Além disso, a presença de supervisores de qualidade pode elevar a confiabilidade dos indicadores, reduzindo índices de retrabalho que historicamente aumentam o custo dos projetos.

Perspetivas e próximos passos

O próximo marco será a assinatura do contrato entre o IBGE e a FGV, prevista para ocorrer dentro dos próximos dois meses. Depois disso, a publicação do edital abrirá as portas para milhares de candidatos que, segundo sindicatos, já aguardam ansiosamente. Os contratos terão duração mínima de um ano, com possibilidade de prorrogação por até três anos adicionais, totalizando, no máximo, quatro anos de serviço.

Analistas do setor público já especulam que, caso a necessidade de dados aumente – como tem acontecido com a expansão de programas de digitalização e de monitoramento ambiental – o governo pode autorizar novas rodadas de contratação antes mesmo de esgotar o atual lote de vagas.

Histórico de concursos no IBGE

Histórico de concursos no IBGE

O último concurso de caráter permanente do IBGE ocorreu em 2018, quando 3.200 cargos foram ofertados para áreas técnicas e de apoio. Desde então, a tendência tem sido o uso de contratações temporárias para suprir demandas pontuais, sobretudo em períodos de grande coleta de dados, como o Censo 2022. Essa estratégia permite flexibilidade orçamentária, já que o pagamento de salários temporários não integra a folha fixa do instituto.

Entretanto, críticos apontam que a precarização do vínculo pode gerar descontentamento entre os profissionais, que muitas vezes recebem remuneração inferior à de cargos efetivos. A discussão sobre a necessidade de transformar algumas dessas vagas temporárias em efetivos ainda está em pauta nas comissões do Congresso.

Perguntas Frequentes

Quantas vagas serão oferecidas e em quais regiões do Brasil?

Serão 9.580 vagas distribuídas em 530 municípios, abrangendo todas as regiões – Norte, Nordeste, Centro‑Oeste, Sudeste e Sul – com prioridade para áreas onde a cobertura das pesquisas do IBGE ainda é limitada.

Qual o papel da Fundação Getúlio Vargas na seleção?

A FGV será a banca organizadora, responsável por divulgar o edital, aplicar as provas, corrigir as respostas e publicar o resultado final, garantindo transparência e qualidade ao processo seletivo.

Qual a remuneração e a duração dos contratos?

Os salários iniciais podem chegar a R$ 4.000, variando conforme a função e a localidade. Os contratos têm vigência mínima de um ano, podendo ser prorrogados por até três anos adicionais, totalizando quatro anos.

Quando o edital será publicado?

A Portaria estabelece que o edital deve ser lançado em até seis meses após sua publicação, ou seja, até fevereiro de 2026, permitindo que os interessados se preparem para as provas.

Como essa contratação afeta a política de dados do governo?

Ao ampliar o quadro de agentes de pesquisa, o IBGE pode acelerar a coleta de informações essenciais para políticas públicas, como monitoramento de preços, indicadores socioeconômicos e planejamento urbano, reforçando a base de decisões do governo federal.

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1 Comments

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    Rachel Danger W

    outubro 6, 2025 AT 21:44

    Não é à toa que o governo só aparece quando precisa de mão de obra barata. Eles sabem que, com contratos temporários, a gente se sente grato por um salário de R$ 4 mil e nem percebe que está alimentando um ciclo de precarização. Enquanto a população luta por direitos, o IBGE recebe luz verde para contratar quase 10 mil gente por um período limitado, como se fosse só mais um “plano de contingência”. E, claro, ninguém fala sobre quem realmente se beneficia por trás das cortinas.

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