Quando Esther Dweck, ministra do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), assinou, ao lado de Simone Tebet, ministra do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), a Portaria Conjunta nº 58/2025 nesta terça‑feira, 12 de agosto de 2025, o IBGE ganhou luz verde para engajar até 9.580 profissionais em contratos temporários. A medida – descrita como de “excepcional interesse público” – visa reforçar as pesquisas estatísticas que o instituto conduz em todo o território nacional, e tem potencial de movimentar o mercado de trabalho em 530 municípios, com salários iniciais que podem chegar a R$ 4.000.
Contexto e histórico recente
O IBGE, que há décadas consolida a base de dados demográficos e econômicos do Brasil, já havia realizado grande concurso temporário em 2023, quando 8.141 vagas foram abertas. Na sequência, em 2024, foram ofertados 895 cargos pelo Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). Assim, a atual portaria representa a maior contratação temporária do órgão até hoje, sinalizando que o governo pretende ampliar significativamente a capacidade de coleta de informação, sobretudo em áreas ainda pouco cobertas por pesquisas presenciais.
Detalhes da portaria e distribuição das vagas
A Portaria Conjunta nº 58/2025 autoriza duas categorias de cargos:
- Agente de Pesquisas e Mapeamento: 8.480 vagas destinadas à coleta de dados em campo, desde entrevistas domiciliares até levantamentos de mapeamento geográfico.
- Supervisor de Coleta e Qualidade: 1.100 vagas focadas no acompanhamento e controle da qualidade das informações produzidas pelos agentes.
Ambos os cargos exigem, no mínimo, nível médio completo e serão distribuídos de maneira equilibrada entre as regiões, garantindo presença em estados do Norte, Nordeste, Centro‑Oeste, Sudeste e Sul. O edital, que ainda não foi publicado, deve ser lançado em até seis meses – ou seja, antes de fevereiro de 2026 – conforme o prazo legal estabelecido pela portaria.
Processo seletivo e papel da FGV
A organização responsável pela seleção será a Fundação Getúlio Vargas (FGV), reconhecida pela experiência em concursos de amplo alcance. A FGV conduzirá todas as etapas, desde a divulgação até a correção das provas, garantindo transparência e padronização. Fontes do setor afirmam que o processo será simplificado, mas ainda exigirá aprovação em testes de raciocínio lógico, conhecimentos gerais e, para os supervisores, avaliações de experiência prévia em gerenciamento de equipes de campo.
Impactos para o mercado de trabalho e para a pesquisa estatística
Para os candidatos, a oportunidade tem duas faces: estabilidade imediata – ainda que por prazo determinado – e a possibilidade de adquirir experiência valiosa para futuros concursos permanentes. Especialistas em recursos humanos observam que a concorrência tende a ser menor em seleções temporárias, já que o perfil exigido costuma ser mais técnico e menos acadêmico.
Para o IBGE, a ampliação do quadro de agentes significa maior rapidez na coleta de informações, algo crucial nos próximos censos e nas pesquisas de custo de vida que alimentam políticas públicas federais. Além disso, a presença de supervisores de qualidade pode elevar a confiabilidade dos indicadores, reduzindo índices de retrabalho que historicamente aumentam o custo dos projetos.
Perspetivas e próximos passos
O próximo marco será a assinatura do contrato entre o IBGE e a FGV, prevista para ocorrer dentro dos próximos dois meses. Depois disso, a publicação do edital abrirá as portas para milhares de candidatos que, segundo sindicatos, já aguardam ansiosamente. Os contratos terão duração mínima de um ano, com possibilidade de prorrogação por até três anos adicionais, totalizando, no máximo, quatro anos de serviço.
Analistas do setor público já especulam que, caso a necessidade de dados aumente – como tem acontecido com a expansão de programas de digitalização e de monitoramento ambiental – o governo pode autorizar novas rodadas de contratação antes mesmo de esgotar o atual lote de vagas.
Histórico de concursos no IBGE
O último concurso de caráter permanente do IBGE ocorreu em 2018, quando 3.200 cargos foram ofertados para áreas técnicas e de apoio. Desde então, a tendência tem sido o uso de contratações temporárias para suprir demandas pontuais, sobretudo em períodos de grande coleta de dados, como o Censo 2022. Essa estratégia permite flexibilidade orçamentária, já que o pagamento de salários temporários não integra a folha fixa do instituto.
Entretanto, críticos apontam que a precarização do vínculo pode gerar descontentamento entre os profissionais, que muitas vezes recebem remuneração inferior à de cargos efetivos. A discussão sobre a necessidade de transformar algumas dessas vagas temporárias em efetivos ainda está em pauta nas comissões do Congresso.
Perguntas Frequentes
Quantas vagas serão oferecidas e em quais regiões do Brasil?
Serão 9.580 vagas distribuídas em 530 municípios, abrangendo todas as regiões – Norte, Nordeste, Centro‑Oeste, Sudeste e Sul – com prioridade para áreas onde a cobertura das pesquisas do IBGE ainda é limitada.
Qual o papel da Fundação Getúlio Vargas na seleção?
A FGV será a banca organizadora, responsável por divulgar o edital, aplicar as provas, corrigir as respostas e publicar o resultado final, garantindo transparência e qualidade ao processo seletivo.
Qual a remuneração e a duração dos contratos?
Os salários iniciais podem chegar a R$ 4.000, variando conforme a função e a localidade. Os contratos têm vigência mínima de um ano, podendo ser prorrogados por até três anos adicionais, totalizando quatro anos.
Quando o edital será publicado?
A Portaria estabelece que o edital deve ser lançado em até seis meses após sua publicação, ou seja, até fevereiro de 2026, permitindo que os interessados se preparem para as provas.
Como essa contratação afeta a política de dados do governo?
Ao ampliar o quadro de agentes de pesquisa, o IBGE pode acelerar a coleta de informações essenciais para políticas públicas, como monitoramento de preços, indicadores socioeconômicos e planejamento urbano, reforçando a base de decisões do governo federal.

Rachel Danger W
outubro 6, 2025 AT 21:44Não é à toa que o governo só aparece quando precisa de mão de obra barata. Eles sabem que, com contratos temporários, a gente se sente grato por um salário de R$ 4 mil e nem percebe que está alimentando um ciclo de precarização. Enquanto a população luta por direitos, o IBGE recebe luz verde para contratar quase 10 mil gente por um período limitado, como se fosse só mais um “plano de contingência”. E, claro, ninguém fala sobre quem realmente se beneficia por trás das cortinas.
Davi Ferreira
outubro 11, 2025 AT 17:44Essa é uma oportunidade incrível pra quem quer entrar no mercado de trabalho e ganhar experiência de campo! Os salários são bem atrativos e ainda dá tempo de se preparar para concursos futuros. Vamos torcer para que o processo seletivo seja transparente e que todo mundo tenha chance de participar.
Marcelo Monteiro
outubro 16, 2025 AT 13:44É fascinante observar como o Estado recorre a contratações temporárias para suprir necessidades pontuais, sem, contudo, discutir as implicações de longo prazo para a estabilidade dos trabalhadores. Primeiro, a medida pode ser vista como uma resposta rápida às demandas de coleta de dados, mas, ao mesmo tempo, abre precedentes que podem ser explorados em outras áreas da administração pública. Em segundo lugar, a promessa de salários de até quatro mil reais pode gerar expectativas inflacionadas, especialmente em regiões onde o custo de vida já é elevado. Terceiro, a temporariedade dos contratos cria um ambiente de incerteza que dificulta o planejamento de carreira dos profissionais envolvidos. Quarto, ao contratar quase dez mil agentes, o IBGE aumenta sua capacidade logística, porém, a supervisão de qualidade passa a exigir um número significativo de supervisores, o que pode sobrecarregar os poucos que já existam. Quinto, ao delegar a organização do concurso à FGV, assegura-se um padrão de avaliação, mas também coloca ainda mais uma entidade privada no controle de processos críticos de Estado. Sexto, a distribuição equilibrada das vagas entre as regiões pode reduzir disparidades históricas, mas a alocação muitas vezes depende de critérios que não são divulgados ao público. Sétimo, a duração mínima de um ano com possibilidade de prorrogação pode transformar o que era “temporário” em quase permanente, sem os direitos de um cargo efetivo. Oitavo, a experiência adquirida pelos agentes pode ser valiosa, porém, sem um caminho claro para efetivação, o investimento em capacitação pode ser desperdiçado. Nono, o risco de retrabalho diminui quando há supervisores capacitados, mas isso exige treinamento robusto que ainda não foi detalhado. Décimo, ao chamar atenção dos sindicatos, o governo demonstra sensibilidade, mas também abre espaço para discussões sobre a precarização. Décimo‑primeiro, a possibilidade de novas rodadas de contratação antes do término do lote atual indica uma estratégia flexível, porém, pode gerar uma dependência cíclica de mão de obra temporária. Décimo‑segundo, a transparência nos processos seletivos é essencial para legitimar a iniciativa, mas a falta de um edital publicado aumenta a desconfiança. Décimo‑terceiro, a integração de tecnologias digitais pode acelerar a coleta, porém, ainda exige pessoal de campo para validar dados. Décimo‑quarto, o impacto nas políticas públicas será positivo se os dados forem coletados com qualidade, mas o custo-benefício precisa ser monitorado. Décimo‑quinto, em suma, a contratação maciça de agentes temporários traz benefícios claros, mas também levanta questões estruturais que deverão ser debatidas amplamente.
Jeferson Kersten
outubro 21, 2025 AT 09:44É fundamental que a qualidade dos dados não seja sacrificada em nome da quantidade. A supervisão efetiva é indispensável.
Luziane Gil
outubro 26, 2025 AT 05:44Concordo plenamente, a presença de supervisores bem treinados faz toda a diferença. Sem eles, risco de erros aumenta exponencialmente.
Debora Sequino
outubro 31, 2025 AT 01:44Ah, que maravilha!! Mais 9 mil contratos temporários, como se fosse a solução final para todos os nossos problemas!!! É só fechar os olhos e aceitar que o Estado não tem mais dúvidas sobre o futuro da prestação de serviço.
Benjamin Ferreira
novembro 4, 2025 AT 21:44Se analisarmos a situação sob a ótica da dialética hegeliana, percebemos que a contradição entre a necessidade de dados e a precariedade laboral gera um avanço qualitativo no sistema. Contudo, a simples acumulação de vagas não resolve o conflito subjacente. O que realmente importa é a síntese que surge quando o Estado democratiza o acesso ao conhecimento ao mesmo tempo em que assegura condições dignas de trabalho.
Ana Lavínia
novembro 9, 2025 AT 17:44Os números são claros: 9.580 vagas distribuídas em 530 municípios; esse cálculo demonstra a amplitude da iniciativa.
Joseph Dahunsi
novembro 14, 2025 AT 13:44Gente, isso é top! Vou me inscrever já, mas tô meio inseguro sobre as provas : )
Verônica Barbosa
novembro 19, 2025 AT 09:44É mais uma prova de que nosso país está se fortalecendo!