Demissões no Brasil: panorama atual e dicas para enfrentar a crise

Se você recebeu a notícia de que sua empresa vai reduzir a equipe, é normal ficar preocupado. As demissões vêm acontecendo em vários setores, de tecnologia a varejo, e entender o que está por trás desse movimento ajuda a tomar decisões mais acertadas.

Primeiro, vale lembrar que corte de funcionários costuma ser resposta a contas negativas, mudança de estratégia ou novos concorrentes. Quando a receita cai ou os custos sobem, a diretoria busca equilibrar o orçamento e, infelizmente, o quadro de funcionários é um dos alvos.

Por que as empresas estão cortando postos?

Nos últimos meses, a alta inflação e a taxa de juros elevadas são citadas como principais vilões. O poder de compra do consumidor diminui, as vendas caem e muitas companhias precisam repensar seus projetos. Também tem a digitalização: processos que antes exigiam muita mão de obra agora são automatizados, reduzindo a necessidade de pessoal.

Outro ponto é a instabilidade política e as mudanças regulatórias. Regras novas sobre impostos ou benefícios podem deixar a conta ainda mais apertada, o que empurra as empresas a buscar eficiência a qualquer custo.

Não são só grandes grupos que sentem o impacto. Pequenas e médias empresas também sofrem, porque têm menos reservas para absorver quedas repentinas. Por isso, o alerta de demissões está se espalhando por todo o país.

Como garantir seus direitos e achar a próxima vaga

Se a demissão já aconteceu, o primeiro passo é conferir o termo de rescisão. Ele deve conter o valor das verbas, o aviso prévio e a data de liberação do FGTS. Não deixe de pedir o extrato do FGTS e de conferir se a multa de 40% está correta.

Aí, aproveite a etapa de recolhimento do seguro‑desemprego. Basta agendar o atendimento no site ou no posto da agência da Caixa e ter em mãos o recibo de pagamento da última conta e o termo de rescisão.

Enquanto isso, invista na sua rede de contatos. O LinkedIn, grupos de Facebook e até conversas informais com antigos colegas podem abrir portas que nem aparecem nos sites de vagas. Atualize seu currículo com foco nas competências que o mercado está pedindo: experiência em Home Office, domínio de ferramentas digitais e capacidade de trabalhar em equipe.

Não subestime os cursos gratuitos. Plataformas como Coursera, Udemy e o próprio Governo Federal oferecem certificados que dão um upgrade no seu perfil. Pequenos certificados podem ser a diferença entre ser chamado para a entrevista ou não.

Por fim, mantenha a calma e organize seu tempo. Reserve algumas horas por dia para buscar vagas, adaptar a carta de apresentação e fazer entrevistas. Um planejamento simples – por exemplo, 2 horas de pesquisa, 1 hora de networking e 1 hora de aprendizado – aumenta sua produtividade sem gerar ansiedade.

Lembre‑se: demissão não é o fim da sua carreira, é um momento de reavaliar caminhos e descobrir novas oportunidades. Com as informações certas e atitude proativa, você volta ao mercado mais forte e preparado.

A equipe inteira da Annapurna Interactive pediu demissão após um conflito com a proprietária da empresa, Megan Ellison. As demissões ocorreram depois que as negociações pela independência da equipe fracassaram. Este acontecimento ressalta os desafios e a luta pela autonomia dentro da empresa.