Síndrome de Kleine-Levin: o que é, como reconhecer e o que fazer

A Síndrome de Kleine-Levin (SKL) é um distúrbio neurológico raro que deixa quem tem episódios de sonolência extrema e comportamento incomum. Não é só cansar, a pessoa pode ficar dias ou semanas sem acordar, comer pouco e agir de forma confusa.

Principais sinais e sintomas

Durante um ataque, a pessoa costuma:

  • Ficar quase o tempo todo na cama, acordando apenas para ir ao banheiro.
  • Sentir fome reduzida ou até falta de apetite.
  • Ter comportamento infantil, como brincar com objetos simples ou falar de forma infantil.
  • Apresentar irritabilidade ou ansiedade quando tenta acordar.
  • Experienciar alucinações leves ou confusão mental ao despertar.

Os episódios podem durar de alguns dias até várias semanas e, entre eles, a pessoa volta ao normal, sem lembrar muito do que aconteceu.

Causas e fatores de risco

Não se sabe ao certo o que desencadeia a SKL, mas alguns fatores aparecem com mais frequência:

  • Infecções virais, como gripe ou mononucleose, que podem mudar temporariamente a atividade cerebral.
  • Estresse intenso ou mudanças bruscas de rotina.
  • Lesões na região do hipotálamo, área responsável por regular o sono e a fome.

Os especialistas acreditam que uma combinação de genética e ambiente pode predispor algumas pessoas.

Como os médicos diagnosticam

Não existe um exame de sangue que confirme a síndrome. O diagnóstico é clinicamente baseado nos relatos do paciente e dos familiares, além de excluir outras causas de sonolência, como depressão ou narcolepsia. Normalmente são feitos:

  • Polissonografia para analisar o padrão de sono.
  • Ressonância magnética do cérebro para descartar lesões.
  • Questionários de saúde mental para eliminar transtornos psicológicos.

O histórico detalhado dos episódios é a peça-chave.

Opções de tratamento

Não há cura definitiva, mas alguns protocolos ajudam a diminuir a frequência e a gravidade dos ataques:

  • Medicamentos estimulantes, como modafinil, que aumentam a vigília.
  • Antidepressivos ou antipsicóticos em doses baixas para estabilizar o humor.
  • Terapia cognitivo‑comportamental focada em gerenciar o estresse.
  • Manter uma rotina de sono regular, luz natural durante o dia e evitar álcool ou cafeína em excesso.

O acompanhamento médico regular é essencial, porque a resposta ao tratamento varia de pessoa para pessoa.

Dicas práticas para quem convive com a SKL

Se você ou alguém próximo tem a síndrome, algumas atitudes simples podem melhorar a qualidade de vida:

  1. Tenha um diário de sono: anote quando começa e termina cada episódio.
  2. Crie um ambiente seguro na cama – retire objetos que possam causar acidentes.
  3. Alimente-se bem entre os episódios; alimentos leves ajudam a regular o metabolismo.
  4. Peça apoio de amigos e familiares; eles podem ajudar a monitorar a duração dos ataques.
  5. Não interrompa o tratamento sem orientação médica, mesmo que sinta melhora.

Com cuidados adequados, muitas pessoas conseguem reduzir o impacto da síndrome no dia a dia e retomar suas atividades normais.

Se suspeita que pode ter SKL, procure um neurologista ou especialista em sono. O diagnóstico precoce faz diferença na escolha do tratamento e na diminuição dos episódios.

O jogador de handebol sueco, Marcus Dahlin, foi diagnosticado com a síndrome de Kleine-Levin (KLS), um raro distúrbio neurológico que o faz adormecer abruptamente em diversas situações. Dahlin gerencia sua condição com medicamentos e ajustes no estilo de vida, contando com apoio de sua equipe e família, continuando assim sua carreira no esporte.